domingo, 23 de maio de 2010
Signo
O que você entende por signo?
De acordo com o Dicionário Aurélio, signo pode ser uma entidade constituída pela combinação de um conceito, denominado significado, e uma imagem acústica, denominada significante. Sendo que a imagem acústica de um signo lingüístico não é a palavra falada, ou seja, o som material, mas a impressão psíquica deste som, segundo Saussure; no uso corrente, contudo, o termo signo designa freqüentemente a palavra.
Signo também pode ser todo objeto, forma ou fenômeno que representa algo distinto de si mesmo: a cruz significando ‘cristianismo’; a cor vermelha significando ‘pare’ (código de trânsito) ; uma pegada indicando a passagem de alguém ; as palavras designando ‘coisas (ou classe de coisas)’ do mundo real; etc.
Ferdinand de Saussure, foi um lingüista suíço, ou ainda, o inventor da lingüística, ciência que estuda a linguagem, particularmente, a linguagem articulada. Ele foi o primeiro a estudar o signo e a categorizá-lo, observando, em primeiro lugar que o signo tem duas faces: o significante e o significado.
“Para que uma língua cumpra os seus fins”, segundo Edward Lopes, “é necessário que os membros de uma comunidade, que compartilham as mesmas experiências coletivas se coloquem previamente de acordo quanto ao sentido que vão atribuir às partes da corrente sonora que emitem e ouvem. Em outras palavras, é preciso que concordem em atribuir a determinados conjuntos fônicos, produzidos em certas situações, o poder de traduzir um determinado elemento da sua experiência histórica. Esse contrato social funda o convencionalismo do signo.”
No dicionário de comunicação encontramos que o signo “é tudo aquilo que sob certos aspectos e em alguma medida, substitui outra coisa, representando-a para alguém, definição de Charles Sanders Pierce...uma das primeiras teorias do signo foi proposta por Santo Agostinho: ‘um signo é uma coisa que, além da espécie ingerida pelos sentidos, faz , por ela própria, vir ao pensamento qualquer outra coisa’... ‘O signo representa o presente em sua ausência, o substitui. Quando não podemos tomar ou mostrar a coisa, passamos pelo desvio do signo, definição de J. Derridá...Para Saussure, ‘o signo lingüístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica’... ‘o elo que une o significante ao significado é arbitrário, ou antes, pois que entendemos por signo o total resultante da associação de um significante e um significado, podemos dizer, simplesmente, que o signo lingüístico é arbitrário.”
É ainda Edward Lopes quem diz: “ Generalizando o alcance de suas experiências, os falantes de cada língua associam, assim, de modo arbitrário, por uma ‘relação puramente simbólica’ , um conteúdo (=sentido) a uma expressão. A condição de inteligibilidade para a comunicação lingüística é dada pela correspondência de escolhas efetuadas no plano da expressão a outras escolhas efetuadas no plano do conteúdo. Ao falar ou ouvir a palavra ‘casa’ /kaza/, por exemplo, compreendemos que essa seqüência de sons diferentes de qualquer outra seqüência , refere-se a um significado ‘espaço construído pelo homem para lhe servir de habitação’ diferente de qualquer outro significado. Se isso ocorrer, o conjunto de sons /kaza/ transforma-se em signo lingüístico.”
Charles Sanders Peirce foi um filósofo americano, responsável pela Semiótica, ou teoria dos signos, viveu no séc. XVIII.
Jacques Derridá foi um filósofo francês deste século, estudioso da linguagem.
Santo Agostinho foi um pensador canonizado pela igreja.
/kaza/ é a trasncrição fonética da palavra casa, ou seja, a forma como é representado o som da palavra.
Assim sendo, podemos considerar que o signo é composto de duas partes:
- uma idéia, algo inicialmente apenas mental, que é o que nós, emissores, queremos transmitir para o outro – o receptor. Este algo é o conteúdo do que queremos transmitir, o significado (significado é algo que temos na nossa mente, mas ainda não passamos para o receptor).
- Uma junção de fonemas (sons significativos de uma língua, isto é, sons das letras) que formam vocábulos, ou palavras, que compõem o código (ou língua) para decifrarmos o que o emissor nos quer transmitir; o significado. Denominamos esta união de fonemas de significante.
O signo é composto de significante + significado. Caso um desses dois elementos falte, a comunicação ficará prejudicada ou simplesmente não ocorrerá.
Exemplo:
“- Como se diz quando uma pessoa está esperando por algo, muito nervosa, preocupada, cheia de aflição? (significado)
- Diz-se que a pessoa está apreensiva.” (significante)
Observe na imagem, uma propaganda do cigarro Carlton, e verifique que o significante, seria o quadro pintado e o significado seria o desejo do pintor em retratar a modelo nua.
Que outro exemplo de signo você seria capaz de citar? Qual seria seu significado? E seu significante?
Os signos também podem ser dividir em índices, ícones e símbolos.
Para Edward Lopes, “a relação natural ou não-convencional, entre o significante e o significado, é uma característica decisiva dos índices, suficiente para distinguir índice de signo artificial....O único relacionamento existente , nos processos indiciais, é o que se estabelece entre o signo (fumaça, nuvem, enxurrada...) e o referente extralingüístico (fogo, chuva iminente ou passada).”
“Há também os sinais não-sígnicos: o ícone ou imagem...Há , em tais casos, uma certa similitude visual entre o significante e o significado”.
“Os ícones se aproximam bastante da natureza dos índices (motivação necessária), mas não se confundem com este porque a fonte produtora dos ícones é a mente humana, ao passo que, no caso dos índices, como vimos, a fonte produtora do sinal é um elemento da natureza, uma força não-cultural.”
Já “os símbolos são objetos materiais que representam noções abstratas... A representação do símbolo é sempre deficiente ou inadequada parcialmente em relação ao conjunto das noções simbolizadas, porque o símbolo é a parte do todo que é o conteúdo abstrato com o qual se relaciona...a relação entre o símbolo e o conteúdo simbolizado é pelo menos parcialmente motivada: a figura de uma caveira com duas tíbias cruzadas representar a morte”.
Cite um exemplo diferente de ícone, índice e símbolo:
Quanto à origem, os signos podem ser: naturais, os que existem independentemente de nossa vontade, como o trovão, que indica a existência de chuva, e a fumaça, que indica a existência de fogo, por exemplo; ou artificiais, os que são um produto cultural, criados pelo homem, como é o caso da escrita, do cinema, da música, da dança, etc.
Já, quanto às formas de representação, os signos também podem ser: verbais (palavras) ou não-vebais (sons, imagens, gestos, etc). Neste caso, os signos passam a compôr o que se chama de Linguagem, qualquer forma de expressão (verbal ou não-verbal) utilizada para se comunicar, como, por exemplo, a linguagem dos surdos-mudos, a linguagem do cinema, a linguagem da dança, a linguagem do teatro, a linguagem das artes plásticas, etc.
Glossário:
Signo
Signo é tudo o que em certa medida, de certa maneira, representa algo para alguém. São signos: os símbolos, os ícones, os índices.
De acordo com Saussure, o signo possui duas faces:
a) o significante: escrita , fala
b) o significado: a imagem mental que chega até nós no momento em que percebemos um signo.
Ex.: noite
a) cada uma das letras que formam a palavra, o som da palavra
b) momento do dia em que a Terra é iluminada pela Lua
Quanto à origem, o signo pode ser:
a) natural: que existe independente de nossa vontade. Ex.: o trovão, a fumaça, o raio
b) artificial: que é criado pelo homem, produto cultural. Ex.: a escrita, o cinema, a fotografia etc.
Quanto às formas de representação o signo pode ser:
a) verbal: é a fala ou escrita, a língua. Ex.: português, inglês
b) não-verbal: qualquer outra manifestação que não seja a língua. Ex.: a dança, a pintura, a escultura, a arquitetura, o cinema, o teatro etc.
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